Como a enfermagem pode mudar o jogo na prevenção de complicações em doenças neuromusculares crônicas

Por Amelia sperb
Nathalia Belletato

De acordo com a enfermeira Nathalia Belletato, as doenças neuromusculares crônicas, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA), a distrofia muscular e a miastenia gravis, afetam a função muscular e nervosa, comprometendo a mobilidade e a qualidade de vida dos pacientes. 

O papel da enfermagem é crucial para garantir o manejo adequado dessas condições, prevenindo complicações e promovendo um tratamento contínuo. A atuação da enfermagem vai além dos cuidados básicos, incluindo a implementação de estratégias de prevenção de complicações, monitoramento constante e educação do paciente.                                                                                                                     

Como a enfermagem pode melhorar a qualidade de vida desses pacientes?

Os profissionais de enfermagem são os primeiros a identificar sinais precoces de complicações em pacientes com doenças neuromusculares. Conforme elucida a entendedora Nathalia Belletato, uma das principais funções da enfermagem é realizar avaliações regulares do estado neuromuscular do paciente, monitorando a progressão da doença e identificando fatores de risco. Essas avaliações são fundamentais para ajustar tratamentos e prevenir complicações, como a insuficiência respiratória, comum em doenças que afetam os músculos respiratórios.

Além do monitoramento, a enfermagem também desempenha um papel vital na educação do paciente e de sua família. Ensinar técnicas de autocuidado, como exercícios respiratórios, posturas corretas e cuidados com a pele, ajuda a prevenir complicações como infecções respiratórias e úlceras por pressão. O apoio contínuo ao paciente também contribui para uma maior adesão ao tratamento, evitando agravamentos da doença.

A importância do monitoramento da função respiratória

Pacientes com doenças neuromusculares crônicas, especialmente aqueles com fraqueza nos músculos respiratórios, estão em risco constante de desenvolver complicações respiratórias. A equipe de enfermagem, ao realizar avaliações frequentes da função respiratória, pode identificar rapidamente qualquer diminuição da capacidade pulmonar, permitindo intervenções precoces, como a introdução de dispositivos de assistência ventilatória.

Como elucida a entendedora Nathalia Belletato, pós-graduada em saúde pública, o uso de técnicas como a espirometria e a monitorização da saturação de oxigênio são essenciais para o manejo desses pacientes. A implementação de exercícios respiratórios e o treinamento em dispositivos, como o ventilador mecânico não invasivo, são estratégias preventivas ensinadas e acompanhadas de perto pela enfermagem, garantindo que os pacientes mantenham uma função respiratória estável.

Qual o papel da enfermagem na prevenção de úlceras por pressão?

Pacientes com doenças neuromusculares crônicas muitas vezes têm mobilidade reduzida, o que os torna mais suscetíveis ao desenvolvimento de úlceras por pressão. A enfermagem desempenha um papel essencial na prevenção dessas lesões, que podem ser extremamente debilitantes e aumentar o risco de infecções.

Através de medidas como a mudança de posição regular dos pacientes, o uso de superfícies de suporte, como colchões antiescaras, e a inspeção constante da pele, os profissionais de enfermagem conseguem reduzir significativamente a incidência de úlceras por pressão. Como orienta Nathalia Belletato, a hidratação adequada da pele e a nutrição também são fatores importantes nesse processo, e a enfermagem orienta e monitoriza para que essas práticas sejam seguidas.

Como a enfermagem contribui para a mobilidade e prevenção de contraturas?

A mobilidade dos pacientes com doenças neuromusculares crônicas é constantemente afetada, e a falta de movimento pode resultar em contraturas musculares dolorosas e debilitantes. O trabalho da enfermagem inclui a implementação de exercícios de alongamento e mobilização passiva, essenciais para manter a flexibilidade muscular e prevenir a rigidez.

A fisioterapia também é parte fundamental do plano de cuidados, mas o papel da enfermagem é garantir que os exercícios prescritos sejam seguidos corretamente, bem como monitorar sinais de dor ou desconforto que possam indicar a necessidade de ajustes. Além disso, o uso de órteses e dispositivos de apoio, orientados pela equipe de enfermagem, pode ajudar a melhorar a mobilidade e a postura, prevenindo a deterioração do quadro clínico.

Conforme expõe Nathalia Belletato, a orientação para o paciente e seus familiares sobre a importância do movimento, mesmo que assistido, é outro ponto central no cuidado de enfermagem. Essa abordagem integral ajuda a minimizar complicações motoras e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

Garantindo a qualidade de vida e bem-estar aos pacientes

Em resumo, o impacto da enfermagem na prevenção de complicações em pacientes com doenças neuromusculares crônicas é inegável. Ao atuar em diversas frentes, desde o monitoramento contínuo da função respiratória e da mobilidade até a educação dos pacientes e cuidadores, a enfermagem garante um cuidado preventivo e personalizado. 

Como frisa Nathalia Belletato, esse cuidado integral não apenas melhora a qualidade de vida dos pacientes, mas também diminui a ocorrência de complicações graves, prolongando a sobrevida e promovendo um tratamento mais eficaz e humanizado. O papel do enfermeiro vai além dos procedimentos clínicos, envolvendo-se profundamente no bem-estar geral do paciente e de sua família.

Compartilhe esse Artigo