Viagem ida e volta para Miami por R$ 800? Veja o que está por trás das promoções

Por Amelia sperb

Ida e volta de Nova York por menos de R$ 1.000, voos nacionais a partir de R$ 180 e até 60% off no voo. As promoções de passagens aéreas neste fim de ano estão tentadoras. Mas o que há por trás dessas tarifas tão baixas?

Recentemente, uma plataforma online de compras de passagens e vendas de milhas anunciou valores muito abaixo do mercado para voos internacionais. Uma viagem para Lisboa, em Portugal, que sairia em média por R$ 5.000 estaria a R$ 863. Porém, quando o cliente vai conferir as condições, a saída é de São Paulo e para voar somente em 2024. São, digamos, “promessas de voos”.

Alexandre Brandão, vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais (Abav-MG), alerta que é preciso desconfiar de ofertas muito diferentes do mercado. “Se você vê um voo anunciado para 2024, não compre, porque tem coisa errada. A passagem aérea só pode ser vendida com um ano de antecedência. Estão pegando seu dinheiro para capitalizar”, explica.

O vice-presidente esclarece ainda que a única exceção são os pacotes de cruzeiros, que costumam ser comercializados com dois anos de antecedência. “Os cruzeiros de volta ao mundo de 2024, por exemplo, já estão todos vendidos. Normalmente são 120 noites, pegando 37 países, numa média de U$ 70.000”, detalha.

Segundo Brandão, uma diferença de até 15% no valor da tarifa ainda é plausível. É comum conseguir esse preço em voos fretados, por exemplo, quando a agência não vendeu todos os assentos e disponibiliza vagas para não ficar no prejuízo. “Aquela promoção do Japão a R$ 1999 não existe. Teve gente que comprou para lua de mel. Esse valor não paga nem a taxa de embarque”, lembra, explicando que é preciso desconfiar de diferenças exorbitantes nas tarifas.

Em casos de dúvida, o consumidor pode acionar a Abav. Das 400 agências do Estado, só 106 são associadas à entidade. “Peça informações: não consulte só o CNPJ. A gente fala se a agência é séria. Temos bastante critério”, afirma Brandão. Outra dica é consultar os órgãos de defesa do consumidor. “Normalmente, essas empresas (de ofertas inacreditáveis) são recordistas de reclamação”, lembra. 

Veja dicas para economizar na compra de passagens aéreas

Comprar passagem aérea barata é antecedência ou sorte, garante Alexandre Brandão. Algumas companhias têm programas que disponibilizam tarifas com até 30% de desconto caso a compra seja feita em determinados horários. A Gol, por exemplo, faz a promoção relâmpago “Madrugou” uma vez por semana, sem divulgar previamente as ofertas. 

“É preciso ficar de olho em promoções a noite e finais de semana”, explica. Outra sugestão é sempre procurar por voos diretos, operados aos sábados e domingos. Desde essa segunda-feira (12), Belo Horizonte tem conexão direta com 44 cidades. Até fevereiro, este número deve aumentar para 53.

Brandão lembra que é comum que os mineiros comprem voos baratos para o Caribe, por exemplo, e não se atentem ao fato de que a viagem conta com uma pernoite no Panamá. “É preciso ter atenção. Fazer conexão é um barato que sai caro. Você tem que comer, se hospedar, sair do aeroporto”, explica.

Dicas para economizar e não cair em golpes na hora de comprar passagens aéreas
Os voos só são disponibilizados pelas companhias com um ano de antecedência. Desconfie de datas para além desse prazo
Compre sempre com antecedência. Planejamento é fundamental


Crie alertas de monitoramento das passagens. Há diversos serviços gratuitos, como o Skyscanner. Assim você sabe a média real de valores
Confira com calma todos os detalhes do voo: se tem conexão, onde é, de quanto tempo. Há casos onde você desce em um aeroporto e precisa atravessar a cidade para pegar o próximo trecho. Gasta-se com transporte e pode não haver tempo hábil
Prefira voos diretos. Na hora de fazer as contas, conexões podem sair mais cara ao adicionarmos os custos de alimentação, hospedagem e até transporte
Confira se a reputação da agência de viagens entrando em contato com a Abav-MG e conferindo as reclamações em sites como o Reclame Aqui

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