A Pfizer anunciou nesta sexta-feira, 16, que poderá ser liberada para usar sua vacina contra a Covid-19 em caráter emergencial ao fim de novembro, nos Estados Unidos. Por lá, o laboratório possui um acordo para entregar de 100 milhões a 500 milhões de doses de seu imunizante entre o fim de 2020 e 2021. Por aqui, não há qualquer acordo com o governo brasileiro para entregar as primeiras doses da vacina. Contudo, estados negociam com a empresa para receber uma parte da produção. O que está mais avançado é o Espírito Santo, segundo uma fonte ligada às negociações contou ao Radar Econômico. Outro estado que negocia é o Paraná, mas o acordo é mais difícil porque o governo local quer que a tecnologia seja transferida para o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
A transferência de tecnologia é justamente o que travou a negociação entre governo federal e Pfizer. A companhia americana não deseja fazer essa transferência, diferentemente do que acontecem com a vacina de Oxford, desenvolvida em parceria com a Fiocruz, e a chinesa Sinovac, que possui acordo com o Instituto Butantã, de São Paulo. Os acordos que foram fechados pela Pfizer com outros países latino-americanos, como Chile, México e Costa Rica compreendem importação direta dos imunizantes. Para o Brasil, a proposta é de que as doses sejam importadas diretamente dos Estados Unidos e há a promessa de que comecem a ser entregues este ano ainda.
Apesar de não haver acordo e sequer uma negociação em andamento com o governo federal, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, comemorou o avanço do desenvolvimento da vacina da Pfizer. Após a empresa anunciar a possibilidade de liberação do uso em um mês, Faria publicou o fato em uma rede social. A vacina da Pfizer, que utiliza uma tecnologia complexa de modificação do RNA mensageiro, deve ser a primeira a ser produzida por uma empresa privada.
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