A tenista mais bem classificada da Rússia declarou ser lésbica em uma entrevista, enquanto abordava as crescentes atitudes homofóbicas no país.
Daria Kasatkina, atualmente classificada como a 12ª do mundo, disse a um blogueiro russo que está em um relacionamento com uma mulher, a patinadora Natalia Zabiiako. Daria postou fotos das duas juntas nas redes sociais após a entrevista.
A tenista se manifestou contra a situação na Rússia, dizendo que nunca poderá ficar de mãos dadas com a namorada em seu país de origem, onde atualmente não está sediada.
“Essa noção de alguém querendo ser gay ou se tornar é ridícula. Acho que não há nada mais fácil neste mundo do que ser heterossexual”, disse ela. “Sério, se houver uma escolha, ninguém escolheria ser gay. Por que tornar sua vida mais difícil, especialmente na Rússia? Qual é o ponto?”.
Embora as relações entre pessoas do mesmo sexo tenham sido descriminalizadas na Rússia em 1993, a maré mudou nos últimos anos. Em 2013, o país aprovou uma lei de “propaganda gay”, que tem sido usada para atingir a comunidade LGTBQ, de acordo com o Conselho para a Igualdade Global.
A ILGA-Europe, uma organização que trabalha pelos direitos LGBTQ na Europa, classifica a Rússia como um dos piores países do continente para pessoas LGBTQ, acima apenas do Azerbaijão e da Turquia.
“Viver no armário é impossível. É muito difícil, é inútil”, disse Daria. “Viver em paz consigo mesmo é a única coisa que importa”, declarou.
Mais atletas ao redor do mundo estão optando por se revelar publicamente. As Olimpíadas de Tóquio do ano passado apresentaram mais atletas LGBTQ – pelo menos 186 – do que qualquer outra competição anterior.
Mas mesmo com maior visibilidade, muitas pessoas LGBTQ em todo o mundo continuam enfrentando perseguição. Nos Estados Unidos, os legisladores estaduais apresentaram pelo menos 162 projetos de lei direcionados aos norte-americanos LGBTQ no primeiro semestre de 2022 – um ano recorde para essa legislação.
