Embarcação com refugiados afunda no Canal da Mancha e deixa 4 mortos

Amelia sperb

A costa do Reino Unido e da França voltou a ser palco de mais uma tragédia envolvendo refugiados. Uma embarcação precária afundou na terça-feira (27) tentando atravessar ilegalmente o Canal da Mancha, que os britânicos chamam de Canal Inglês. Quatro pessoas morreram — duas crianças, uma de apenas cinco anos de idade e outra de oito, estão entre as vítimas. Outras 15 foram resgatadas com vida e levadas para hospitais da região de Dunkerque, na França. As informações iniciais indicam que os mortos eram do Irã. As autoridades francesas ainda buscam a embarcação e outros desaparecidos.

As travessias ilegais do Canal da Mancha costumam ocorrer em maior número ao longo do verão, quando as condições meteorológicas são melhores, mas o aumento da fiscalização tem mudado este cenário e diversas entidades acusam os governos da França e do Reino Unido de estarem deixando uma travessia que já é arriscada ainda mais perigosa. Os conservadores britânicos, por exemplo, prometeram tornar a travessia inviável, interceptando barcos e os mandando de volta para a França. A ONU critica essa postura e a pressão sobre o governo britânico é para que ele permita que os pedidos de asilo feitos por refugiados políticos ou econômicos sejam feitos a partir do exterior.

Em outro destaque, o Reino Unido registrou na terça 367 mortes causadas pelo Covid-19 em apenas 24 horas. É a maior marca em cinco meses. Quase 23 mil novas contaminações foram registradas no mesmo dia. O crescimento acelerado dos casos aumentou a pressão no parlamento para um novo lockdown total — como ocorreu no início da pandemia. Mas os custos políticos e econômicos de uma decisão dessas são altos e o primeiro-ministro Boris Johnson ainda não deu sinais de que irá fechar o país completamente.