Ações da Eletrobras sobem com novos sinais do governo sobre privatização

Por Amelia sperb

As ações da Eletrobras sobem nessa segunda-feira, 26, após a informação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vê praticamente como certa a aprovação da privatização da companhia pelo Senado e de que agora só faltaria articular um acordo na Câmara dos Deputados para o texto passar. Os papeis da empresa oscilaram bastante este ano, impactados primeiro pela pandemia e depois pelas idas e vindas sobre a privatização da companhia e por instabilidades políticas como a saída de Salim Mattar, em agosto, do comando da secretaria de desestatização.

Essa nova perspectiva sobre o andamento da agenda de Paulo Guedes, porém, animou os mercados e as ações da ELET6 subiam 1,26%, para 33,74 reais por volta das 16h, contribuindo para equilibrar o Ibovespa em um dia de forte aversão ao risco no cenário internacional. “Liberar esse tipo de empresa é um fator bastante positivo para o governo e para as ações da Eletrobras, porque libera a companhia para receber investimentos e toda uma gama de inovação do setor privado”, diz Paloma Brum, economista da Toro Investimentos. “É uma companhia que está bastante atrasada e dependente de uma série de investimentos que o governo brasileiro não consegue fazer.” Vale lembrar, porém, que o valor das ações da empresa ainda está bastante aquém do patamar pré-pandemia: em janeiro, oscilaram entre 38 e 42 reais.

Outras ações de destaque no pregão da segunda-feira eram as de empresas cujos resultados do terceiro trimestre do ano serão divulgados esta semana. A Cielo, por exemplo, que publicará o balanço na quarta-feira, 28, operava em alta de 2,67% por volta das 16h, enquanto a Ambev, que divulgará seu balanço na quinta-feira, 29, subia 2,09%. O banco Santander seguia a mesma lógica, e a ação SANB11 subia 1,66% no horário. Além disso, o mercado espera na quarta-feira o anúncio da decisão do Copom sobre a Selic, com expectativa de manutenção da taxa em 2%. Esses movimentos positivos evitaram que o Ibovespa tivesse uma queda tão drástica quanto a que ocorreu no mercado internacional nesta segunda-feira, 26, diante dos novos casos de infecção pelo novo coronavírus nos Estados Unidos e na Europa.

O principal índice da bolsa de valores brasileira operava em queda de 0,52% no final da tarde, enquanto nos EUA o S&P 500 operava em baixa de 2,10%, a Nasdaq caía 2,08%, e o Dow Jones, 2,69%. Por lá, pesa também a possibilidade cada vez mais distante de se aprovar mais um pacote de benefícios fiscais antes das eleições presidenciais americanas, devido à falta de entendimento entre republicados e democratas na Câmara. O mesmo quadro de pessimismo ocorre na Europa: o Euro Stoxx 600 fechou em queda de 1,81%, com novas ondas de Covid-19 ainda mais fortes que as ocorridas nos primeiros meses da pandemia do novo coronavírus.

O dólar, ativo de segurança para o qual os investidores se refugiam em cenários turbulentos, refletiu a aversão ao risco. O DXY, índice que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, principalmente o euro, subia 0,29% no final da tarde. Em relação ao real, o dólar comercial se valorizou no início do dia, mas passou a caiu e operava em 5,6251 no final da tarde. Um leilão de Swap realizado pelo Banco Central no final da manhã, que vendeu integralmente 12 mil contratos no valor de 600 milhões de dólares com vencimento em 1º de julho de 2021, contribuiu com a desvalorização da moeda americana frente ao real.

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