Bauducco enfrenta Natal modesto e briga no Dia de Ação de Graças nos EUA

Amelia sperb Por Amelia sperb 5 Min Read

A despeito da projeção de retração de até 5% para as vendas do Natal deste ano, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os empresários buscam formas de manter o interesse do consumidor. Para a Bauducco, uma das principais fabricantes de panetone no mundo, o desafio não será diferente. Item presente na ceia de Natal de milhares de brasileiros, o produto tem o desafio de não perder vendas com um mix de compras mais modesto neste ano, ao mesmo tempo que busca avanço no mercado americano, para ganhar um naco de vendas do Dia de Ação de Graças. Até o momento, a empresa tem enfrentado bem a pandemia do novo coronavírus, com ganhos nas vendas no varejo e no comércio eletrônico, mas com perdas na sua rede de lojas.

Presente em mais de 180.000 pontos de venda no país, a Bauducco beneficiou-se de sua capilaridade no varejo essencial para crescer durante a crise. Segundo André Britto, diretor de marketing da empresa, os tempos difíceis uniram mais as famílias e explica, em partes, os avanços na receita operacional. Além do varejo físico, as vendas virtuais da companhia cresceram na faixa de 84% este ano. “Como as famílias estão mais próximas, mais unidas, o consumo de produtos de mesa cresceu”, diz. “Isso faz com que a gente mantenha a esperança de fazer o melhor Natal da nossa história.” A companhia do setor alimentício, que fatura cerca de 3 bilhões de reais ao ano, espera crescer suas vendas em cerca de 5% na data festiva deste ano. Já, para desenvolver seu potencial no comércio eletrônico, a empresa digitalizou processos internos e também de contato com o consumidor, com a venda por meio de marketplaces parceiros e de um aplicativo móvel próprio de seu braço no varejo, a Casa Bauducco.

Se a indústria brilha, o mesmo não pode se dizer do varejo. Fundada em 2012, como uma aposta do grupo para se aproximar de seu público, a rede Casa Bauducco, formada por 80 lojas, sendo nove delas próprias e o restante de franquias, teve suas vendas pausadas diante da pandemia. Como quase todas as unidades estão alocadas em shopping centers, aeroportos e centros comerciais, a receita da rede caiu drasticamente nos meses mais severos de disseminação da pandemia, de março a maio, quando o comércio tido como não essencial teve suas atividades suspensas ou reduzidas. “As medidas restritivas para mobilidade e o fechamento dos shoppings nos impactou diretamente, o que acelerou o fechamento de algumas lojas que não estavam com boas performances”, admite Britto. Durante a pandemia, três unidades foram encerradas, mas quatro abriram. A projeção da empresa é inaugurar outras 15 até o fim do primeiro semestre de 2021. “O nosso plano de expansão em longo prazo continuará sendo seguido à risca. Pretendemos chegar à marca de 400 unidades da Casa Bauducco em cinco anos”, projeta.

Hoje, a empresa exporta para mais de 50 países. Mas um deles chama mais atenção. A Bauducco trabalha para desenvolver a cultura do panetone nos Estados Unidos, assim como o patriarca Carlo Bauducco conseguiu ao chegar de Turim ao Brasil há sete décadas. Presente com uma unidade fabril em Miami desde 2018, onde produz sua linha de biscoito wafer, a companhia entende que há espaço para ganhar mercado na terra do Tio Sam. “Os países que receberam mais imigrantes italianos no pós-guerra desenvolveram mais a cultura do panetone. Nós temos a ambição de transformar o mercado americano, como fizemos no Brasil, onde o nível de maturidade do consumidor é muito mais evoluído”, diz Britto. O foco é no tradicional Dia de Ação de Graças, que acontecerá neste ano em 26 de novembro.

Numa outra frente de ações, a Bauducco deu novas caras para o seu panetone em 2020. Para conquistar novos públicos, a empresa está apostando no panetone salgado e em formato de pedaços envoltos em chocolate ao leite.

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